A relação entre refluxo e câncer de esôfago

Azia, dificuldade para engolir, dores no tórax ou na garganta e regurgitação frequente (quando, no mínimo uma ou duas vezes por semana, o alimento retorna para a boca, sem ser náuseas) podem ser sintomas de doença do refluxo gastroesofágico. O problema é caracterizado pelo retorno da bile (fluido produzido pelo fígado) ou dos ácidos presentes no estômago, que, em vez de seguir o fluxo normal, voltam para o esôfago.

O refluxo frequente pode levar à inflamação das células esofágicas e gerar o chamado esôfago de Barrett. “Esse quadro aumenta em até 20 vezes o risco de desenvolvimento de câncer em comparação com uma pessoa que não tem refluxo”, afirma Dr. Felipe José Fernandez Coimbra, Diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo Cancer Center e Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.

Prevenção e diagnóstico

Dr. Felipe recomenda algumas medidas preventivas para diminuir ou eliminar o refluxo: “Evitar café, chá preto, refrigerante, bebidas alcoólicas e molhos - principalmente de tomate. Além disso, não se deve comer muito em uma única refeição, nem se alimentar e deitar logo em seguida. Também é importante controlar o peso", explica.

O especialista frisa, porém, que o refluxo não implica necessariamente no desenvolvimento do câncer de esôfago. “Estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas sofram de refluxo no país. Mas uma minoria desenvolverá câncer”, diz.

Diante dos sintomas do refluxo, é importante procurar um médico para acompanhamento. Mesmo no caso de câncer de esôfago, o diagnóstico precoce eleva bastante as chances de sucesso no tratamento.

Fonte: Dr. Felipe José Fernandez Coimbra, Diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo Cancer Center – CRM 93020