Câncer de cabeça e pescoço

Tabagismo, consumo de álcool e o vírus HPV estão entre os fatores de risco

É chamado câncer de cabeça e pescoço um grupo heterogêneo de tumores que pode ocorrer nas seguintes regiões do corpo: cavidade oral, nasofaringe, orofaringe, hipofaringe, laringe, cavidade nasal e seios paranasais, glândulas salivares e tireóide. São locais diretamente envolvidos com funções importantes, como fala, deglutição, respiração, paladar, olfato. Por isso, o tratamento tem como objetivo combater a doença e preservar o órgão e suas funções.

De acordo com Diretor do Núcleo de Cabeça e Pescoço do A.C.Camargo Cancer Center, Dr. Luiz Paulo Kowalski, os cânceres de laringe e de boca (lábio, mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca) estão entre os que mais afetam a região da cabeça e pescoço. Entre os principais fatores de risco para essas doenças estão o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas. No caso do câncer de laringe, o refluxo gastroesofágico está associado a maus hábitos relacionados à saúde também são fatores de risco. O câncer de boca é mais comum em homens do que em mulheres. Acomete, principalmente, pessoas com idade superior a 40 anos e, também, está relacionado à higiene bucal inadequada, uso de próteses dentárias mal-ajustadas e exposição contínua e prolongada à luz solar (câncer de lábio).

HPV e câncer de cabeça e pescoço

Além disso, estudos demonstram que o vírus HPV – o papilomavirus humano, responsável por infecções sexualmente transmissíveis e fator de risco para o câncer de colo de útero –, também está se tornando responsável pelo desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço, especialmente de garganta, amígdalas e língua. Segundo o especialista, em relação ao HPV há uma epidemia mundial e os dados apontam para o crescimento da relação do vírus com o câncer de cabeça e pescoço nos próximos anos. Além disso, Dr. Kowalski alerta para a eficiência da vacina contra o HPV aplicada em meninas e meninos que ainda não iniciaram a vida sexual e, portanto, não tiveram contato com o vírus.

Previna-se

Além da vacina contra o HPV, para diminuir o risco de desenvolver câncer de boca consulte regularmente o dentista; fique atento a qualquer alteração na região e procure o médico; adote uma dieta balanceada e saudável; quando ficar exposto ao sol use filtro solar e chapéu ou boné. Para cuidar de sua laringe, beba dois litros de água por dia, de preferência que não seja gelada; evite falar alto, gritar e pigarrear para não agredir as cordas vocais.

Sinais de alerta

Os principais sinais de alerta do câncer de laringe são: dor de garganta contínua ou ao engolir, rouquidão, alterações na voz por um período superior a 15 dias. No caso do câncer de boca, aparecimento de ferida nos lábios, gengiva ou no interior da boca, que sangra e não melhora; caroço ou inchaço na bochecha; perda de sensibilidade ou dormência em qualquer parte da boca; manchas brancas ou vermelhas na gengiva, língua ou outra parte da boca; dificuldade para mastigar ou para engolir; dor sem razão aparente; inchaço que impede a adaptação correta de prótese dentária, emagrecimento acentuado sem justificativa; mudança na voz.

Tratamento

Há uma série de procedimentos cirúrgicos disponíveis para o câncer de boca e laringe, mas o paciente deve ser avaliado individualmente. De acordo com a localização e estágio do câncer, o médico pode optar por cirurgia e/ou radioterapia e quimioterapia associada à radioterapia. Além disso, no caso de câncer de cabeça e pescoço é fundamental o trabalho de reabilitação do paciente realizado pelos profissionais da área de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Audiologia”, diz o especialista.

Para mais informações, acesse o site

www.accamargo.org.br